quinta-feira, 18 de novembro de 2010

AUTO-CONFIANÇA





Cada um de nós tem o seu próprio poder. Desenvolver nossos 

talentos e nossa potencialidade nos mostra a capacidade humana de 

superação" 

A autoconfiança, ao contrário do que muitos pensam, não é ser maior 
ou melhor do que as outras pessoas. Não tem nada a ver com arrogância 
ou superioridade. É saber que cada um de nós tem um núcleo de força 
interior que nos permite enfrentar situações difíceis e nos torna 
aptos a viver. Autoconfiança é tomar posse de si mesmo, 
independentemente de nossas qualidades ou defeitos. É tomar 
consciência de nossa singularidade, de nossa individualidade, do 
nosso querer, da nossa vida. A autoconfiança se desenvolve a partir 
do nosso crescimento. Cada um de nós tem o seu próprio poder. 
Desenvolver nossos talentos, nossa potencialidade, além de nos fazer 
felizes, nos mostra a capacidade humana de superação. Do ponto de 
vista cultural, fomos minados na nossa autoconfiança desde cedo. As 
críticas constantes, a ênfase em nossos pontos fracos nos tornaram 
pessoas frágeis, medrosas e tendentes à sensação de fracasso. Nós nos 
sentimos de acordo com o que pensamos de nós mesmos. O diálogo 
interno de autocensura, de muita exigência nos torna tímidos, 
recuados diante da vida e propensos à tristeza quando o mundo não nos 
atende da maneira que gostaríamos ou quando as dificuldades da vida 
aparecem. Não são poucas as pessoas que falam mal de si próprias: 



- Não vou dar conta, sou muito fraco, não tenho força de vontade, 

tenho um gênio difícil, não consigo nada que quero. 


A autoconfiança é como uma bateria para o carro. Quando está bem 

carregada, o carro funciona bem. Quando está com pouca carga, o carro 

engasga ou não funciona direito. De que maneira podemos carregar ou 
descarregar a nossa bateria vital, nosso entusiasmo? Há alguns 
mecanismos que corroem nossa autoconfiança. O primeiro deles é nossa 
constante frustração. Idealizamos o mundo e as pessoas. Enchemos 
nossa cabeça com um monte de "deverias" e nos irritamos quando as 
pessoas, nós e as coisas não são como deveriam ser. A culpa constante 
por nossos erros, a sensação de ofendidos, magoados, humilhados e 
incompreendidos é a conseqüência do nosso perfeccionismo. Outro 
mecanismo, conseqüência do primeiro, é a autopiedade. Quantas vezes 
sentimos pena de nós mesmos. A autopiedade é o poder dos indefesos. É 
um mecanismo que, além de culpar os outros, descarrega nossa força 
vital e nos faz desanimados e, em grau mais intenso, deprimidos. A 
postura da vítima, sempre se queixando do mundo, o pessimismo de quem 
só vê o lado escuro dos fatos, para quem nada está bom, é 
característica das pessoas que, ao se sentirem fracas, querem se 
compensar apontando as falhas do mundo. Outro ladrão da autoconfiança 
é a indecisão crônica. O medo de errar nos paralisa e nos impede de 
arriscar. Muitos de nós temos apenas um critério de funcionamento: o 
certo e o errado. 

Estamos na vida para viver ou para não errar? O erro é a saída fora 

de um padrão determinado. Nunca será possível passarmos nossa vida 

sem cometer erros. Aprender com os erros é muito mais saudável do que 
nos esforçarmos para jamais errar. O medo da crítica, querer agradar 
sempre, a necessidade de aprovação nos oprime e nos leva à indecisão. 
A comparação com as outras pessoas é outra forma de perdermos nossa 
autoconfiança. Sempre haverá pessoas melhores e piores do que nós. 
Não estamos no mundo para sermos mais ou menos do que alguém, mas 
para sermos cada vez melhores do que somos. Desenvolver e cuidar da 
nossa alegria, aceitar o fato de sermos únicos, perdoar-se 
constantemente pelas falhas, ter um desejo genuíno de melhorar a cada 
dia, aumentar a capacidade de se amar e amar os outros é o único 
caminho de conexão com nosso poder interior, nossa autoconfiança. 
Todos podemos desabrochar aquilo que somos.

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